Por Geoffrey Hoppe
Em meio
ao caos do mundo e guerras sangrentas, perguntamos:
"Onde está Deus?" Quando violentos terremotos destroem
as vidas de milhares de pessoas, perguntamos: "Onde
está Deus?" Quando um ente querido é morto por um
motorista bêbado perguntamos, “Onde está Deus?"
Quando lemos histórias nos jornais de crianças abusadas ou
mulheres violentadas, perguntamos “Onde está Deus”.
Em nossa pessoal noite escura da alma, quando tudo parece
ter falhado e nossa vida parece nada mais do que um vazio,
clamamos a Deus, mas não ouvi nenhuma voz –
nem a nossa própria, nem a de Deus.
Onde está
Deus? Buscamos esse elusivo Ser em igrejas e livros,
tentamos achá-lo através de gurus e santos. Muitas vezes,
é nosso primeiro pensamento do novo dia e nosso último
pensamento antes de desvanecer em nossos sonhos noturnos.
Apelamos para o Espírito em nossas orações, em nossas
meditações e através de nossas lágrimas. Temos muitos
nomes para este Ser –
Espírito, a Fonte Eterna, YHWH, Deus, Criador, Luz,
Ishvara. Alguns negam a existência de Deus, mas a maioria
reconhece a presença de um ser divino, Ser infinito, mesmo
que eles nunca tiveram um encontro consciente com Aquilo
Que Não Pode Ser Falado.
Alguns
argumentam que Deus é a natureza. Outros dizem que Deus
está dentro de nós. Mas quase todos passam os dias de suas
vidas sem um relacionamento íntimo com esse ser. A maioria
tem um profundo desejo de coração a conhecer a Deus, mas
se resignam a aguardar até que atinjam um igualmente
desconhecido reino celestial.
Deus está
aqui, eu sinto, aqui mesmo nesta realidade física. Dentro
de mim, ao meu redor, em outras pessoas, na natureza e nas
dimensões que nos cercam. O Espírito está em todo ar que
eu respiro, a cada passo que eu ando, a cada minuto que
passa pelo meu dia.
Mas, onde
está Deus? Por que Deus não apareceu para mim? Por que, eu
me pergunto, eu não posso ir além do meu estado mental de
estar a compreender, conhecer, ver e ouvir a partir deste
Ser que eu quero tanto lembrar. Se eu amo tanto a Deus
porque, oh porque, está sendo tão elusivo?
Eu sei
por quê. Estou surpreso que eu ainda tenha que fazer a
pergunta, mas, infelizmente, eu finjo que não sei. Saí
hoje cedo em uma bela tarde de inverno do Colorado para
curtir um cigarro tranquilamente. Eu nem
estava pensando na pergunta "Onde está Deus". Eu não sei o
que eu estava pensando, mas não era nada de importante.
Eu suponho que fiz a pergunta "Onde está Deus" tantas
vezes que ela finalmente teve que ser atendida. E assim
foi. Mais uma vez. Talvez desta vez eu não esqueça, porque
eu estou escrevendo-a.
Deus está
sempre aqui. Mas a luz do Espírito é de tal simplicidade,
pureza e intensidade que ela se desintegraria se eu viesse
a contemplá-la. É de tal amor e compaixão que eu iria
quebrar em sua presença. É de tal magnitude que iria
eliminar a minha escuridão –
uma parte de mim que tem sido desenvolvida por eons de
tempo –
e
temo que nada fosse deixado de mim.
A
essência de Deus suavemente me sussurrou: "Ame-se, como
eu amo você, então você pode me ver. Ame-se a si mesmo e você
vai se lembrar de mim.”
A luz do
Espírito é magnífica. Fechamos a porta com medo de que ele
irá nos aniquilar se atingirmos mesmo o vislumbre mais
pequeno. Nós trancamos a porta, mesmo quando gritamos para
conhecer a presença do Espírito. Voltamos para o nosso
cotidiano nos perguntando, "Onde está Deus?" Em nossa
rotina mais uma vez nos esquecermos de amar os nossos eus.
Nós vamos voltar a estudar Deus, perguntando aos outros se
eles sabem onde está Deus, e buscando a Deus em coisas
externas. Deitamos de noite esperando que, no dia
seguinte, vamos finalmente conhecer o amor de Deus.
Finalmente, quando nossa ânsia por Deus é superada pelo
nosso amor pelo eu, por si mesmo, conhecemos o
incognoscível.
Tradução : Silvia Tognato
Magini
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