Wo estava em um grande navio
– o qual iremos chamar de o Transatlântico da Humanidade. Ele estava curtindo a
vida juntamente com os outros milhões a bordo da embarcação. O navio era
imenso, gigantesco. Ele representava a humanidade, a história, e a energia da
Terra. Representava todas as coisas que se relacionavam com os Humanos no
planeta.
O transatlântico era majestoso e Wo o adorava. Ele não precisava se preocupar ou fazer muita coisa com relação ao navio. O grande barco se orientava e se energizava por si mesmo, levando Wo e os outros Humanos para onde quisessem. Levou-o a muitos lugares. Wo realmente não precisava pensar muito sobre isto – ele apenas curtia. Também não parecia haver muito perigo enquanto Wo trabalhasse de determinada forma dentro da energia deste navio, permanecendo em seu próprio deck, bem relaxado nesta grande nave chamada Humanidade.
Este navio específico era particularmente diferente de navios regulares, pois era muito seguro. Tinha um bote salva-vidas para cada homem, mulher, e crianças que estivessem a bordo! Pense sobre isto – um para cada indivíduo! Se qualquer coisa acontecesse, os botes estavam lá – guardados e prontos.
Tudo estava bem. Toda a vida de Wo havia se passado neste navio, e ele tinha se acostumado a isto. Tudo estava bem... até a virada do milênio. Em janeiro de 2000, o navio chamado Humanidade, navegou para novas águas. Wo nunca tinha visto nada como aquilo antes, e o navio começou a ter problemas. O ferro com o qual a embarcação havia sido feita começou a ser corroído pela energia das águas do novo milênio nas quais havia entrado. O navio perdeu a integridade – inclinando-se bastante – balançando de um lado para outro. Estava afundando lentamente!
Muitos estavam com medo e não sabiam o que fazer. Com o passar do tempo ficou óbvio que o navio não sobreviveria. Wo nunca havia escutado nada sobre isto nas escrituras ou profecias que tinham previsto muitas coisas sobre o grande navio no passado. Ele não sabia o que esperar. Nenhum profeta jamais houvera dito nada sobre o afundamento do navio! Eles haviam falado que talvez precisasse de ajuda, ou até mesmo uma parada momentânea enquanto fosse reparado e modificado... mas este navio da velha energia estava afundando!
Todos os confortos que Wo havia conhecido e os paradigmas de como as coisas da vida funcionavam também iriam se afundar. Era inacreditável! Iria a humanidade perecer juntamente com a embarcação? De alguma forma, Wo sentiu que não.
Lentamente, cada Ser Humano foi encorajado a subir em seu bote salva-vidas. Alguns deles abandonaram o navio bem adiantados, dizendo que de alguma forma esperavam por isso. Lentamente, os botes se afastaram do navio que afundava, e que espetáculo foi aquele! Wo esperou até o último momento, pensando que talvez houvesse uma maneira de o grande navio voltar à vida. Ele não podia acreditar que estava realmente afundando.
Durante o processo, enquanto permanecia a bordo, Wo viu algumas coisas impressionantes. Ele viu pessoas gritando raivosas umas com as outras. Elas não queriam entrar nos botes! Elas afundariam juntamente com o navio só porque estavam com raiva. O afundamento não fazia nenhum sentido e elas estavam perdendo seu tempo se indignando com Deus ou qualquer um que tivesse conduzido a grande nave para águas turbulentas. Alguns deles estavam tão espezinhados pelo que estava acontecendo que disseram não poder existir nunca mais em qualquer outro tipo de navio e que nem mesmo tentariam. Afinal de contas, este era o único navio que jamais haviam conhecido, e não havia nenhum outro nas redondezas. Portanto (pensaram eles), se entrassem nos botes salva-vidas, morreriam de qualquer maneira.
Wo subiu em seu bote, baixou-o sobre as águas aparentemente perigosas, e se afastou do navio que afundava. Outros aproveitaram sua vez, juntamente com Wo, também entrando nos botes no último momento, baixando-os com as cordas de segurança para dentro da água. Horrorizado, Wo e muitos outros observaram os raivosos se afundarem juntamente com o transatlântico. O grande e confortável navio da humanidade se afundou sem fazer nenhum ruído, para dentro das águas profundas do vasto oceano que não mais poderia sustentá-lo e mantê-lo flutuando. Para muitos, aquele era o fim de tudo. Mas, para aqueles que se arriscaram a entrar nos botes, havia mais surpresas adiante.
Wo estava à deriva, por si mesmo, em seu pequeno barco. Ele, assim como os outros, tinha remos e provisões para apenas um dia. Wo olhou a seu redor e viu todos os outros pequenos barcos brancos ponteando as águas por todo o horizonte. Devia haver milhões! O metal do velho navio não havia resistido às águas da nova energia. Os botes nos quais Wo e os outros estavam agora eram feitos de madeira e seguros por enquanto – seguros por pelo menos um dia enquanto as provisões não acabassem. Wo pensou no que aconteceria quando acabassem. Os botes lentamente se separaram através do vasto oceano. Cada um dos novos passageiros dos botes poderia ir para aonde desejasse – cada Ser Humano decidindo por si mesmo qual direção poderia ser a melhor enquanto pegava seus remos e remava.
Algo ficou claro para Wo imediatamente. O bote não era o que esperava. Ele pensou que era uma coisa, mas estava se tornando outra! O bote era feito de madeira. Era pequeno, movido a remo, e tinha provisões no compartimento de água e comida para apenas um dia. Não havia proteção para tempestades; era vulnerável às condições climáticas, e ele sabia tão bem quanto os outros que eles poderiam ser feitos em pedaços se o tempo piorasse, enquanto que no grande navio da humanidade, se o tempo piorasse, todos poderiam simplesmente ir para dentro. Era muito diferente ter toda esta responsabilidade, e também um pouco amedrontador.
No segundo dia, Wo percebeu que algo estava diferente. Quando abriu o compartimento de provisões, o mesmo que havia aberto três vezes no dia anterior, ele estava, mais uma vez, repleto de comida! Wo se lembrou de ter comido tudo no dia anterior, no entanto, de alguma forma, a comida havia se restabelecido sozinha. “Provisões para um dia”, diziam as instruções? Sim, era isto o que diziam. Ele começou a perceber que o seu bote estava lhe fornecendo provisões para o “um dia” no qual estava!
Cada dia, quando abria o compartimento de provisões, havia sustento para um dia – nem mais, nem menos. Wo agradeceu ao barco, pois percebeu que de alguma forma era mágico, e celebrou cada manhã no barco enquanto comia e bebia. “Obrigado, Espírito,” disse Wo. “Parece que vou sobreviver um pouco mais.” Wo usou os remos para manobrar o bote. Ele remava e manobrava, remava e manobrava. Mesmo não sabendo aonde estava indo, tomou um rumo que de alguma forma parecia intuitivo. Quanto mais celebrava dentro do bote, mais o bote respondia a ele. Quanto mais o amava, melhor a performance!
Na segunda semana, por conta própria, algo espantoso aconteceu. Wo se virou para a popa do barco onde estava o leme e para sua surpresa viu algo que nunca estivera lá antes – um motor! Lá, na traseira do bote, estava um motor de popa. Próximo a ele estava um galão de combustível para um dia. Wo posicionou o motor onde sentiu que deveria estar, encaixou-o facilmente, tendo o kit de suprimentos próximo a ele, colocou o combustível e deu a partida. Com um ronco, o motor veio à vida, e arrepios percorreram a espinha de Wo de cima a baixo. Isto era mesmo mágico! Quem havia providenciado o motor e o combustível? Seria um Anjo? Deus? Talvez tivesse sido a interação de Wo com o bote? Ele não sabia. Mas abençoou o motor, o barco, o compartimento de comida e água e na hora seguinte, começou a aprender a utilizar o motor tanto para manobrar quanto para impulsionar o bote.
Depois de um dia de viagem, o motor engasgou e parou, e Wo olhou para o galão de combustível que havia esvaziado no dia anterior. Ele o levantou e de alguma maneira não estava surpreso por encontrar combustível para “um dia”! Ele abasteceu o motor, agradeceu e soltou uma gargalhada. “Deus abençoe este barco!” gritou Wo bem alto para quem quisesse ouvir. Ele estava preenchido de espanto e alegria.
Agora Wo podia manobrar o barco para uma direção que intuitivamente sabia ser a mais apropriada. Ele percebeu que alguns outros estavam seguindo o mesmo caminho. Mesmo estando sem comunicação direta, ele teve um sentimento de família com relação aos poucos outros botes que podia ver. Percebeu também que alguns deles também tinham motores! Por um momento, Wo imaginou quem estaria seguindo quem – e se todos eles não poderiam estar sendo enganados ... indo para lugar nenhum, ou se movendo em círculos, mas parecia que todos eles estavam se dirigindo para uma direção boa e intuitiva.
(Meus queridos, quando os indígenas desta Terra se reúnem para celebrar as quatro direções, vocês sabem que estão celebrando o magnetismo? É verdade! Como os antigos indígenas, Wo tinha alguma orientação interior mostrando a ele o caminho... navegando sem uma bússola.)
Dentro de mais uma semana, uma ventania se iniciou. Wo disse ao bote: “Era isto o que eu mais temia. Mostre-me o que fazer!” E pensou ter ouvido o barco dizendo: “Celebre o medo, Wo.” Então, Wo se ajoelhou, e ao invés de se ajoelhar pedindo ajuda, ele celebrou a tempestade. De repente, outra coisa impressionante aconteceu. Os olhos de Wo se arregalaram enquanto observava. De alguma forma, ele esperava que os poderes mágicos do bote parassem a tempestade. Ao contrário, uma cobertura surgiu do barco! À medida que a tempestade se intensificava, o bote selou-se e de tal maneira que enfrentou a tempestade sem nenhuma avaria, e Wo nem sequer ficou molhado!
Wo agora percebia que quanto mais celebrava o bote, melhores as coisas ficavam. Percebeu que de alguma forma ele era uma extensão do próprio barco. O barco tinha muitos atributos que começou a reconhecer. Quando estava deprimido ou com medo, o bote parecia estar fraco. Uma vez ele até pensou que houvesse alguns vazamentos. Mas, quando estava alegre, muitas coisas aconteciam – coisas miraculosas. Wo sentiu que até a cor do barco mudava de alguma forma!
Não é de se espantar que houvesse um bote salva-vidas para cada indivíduo Humano no grande barco. Agora Wo compreendeu. Cada bote estava, de alguma forma, preenchido com a energia do Humano a quem pertencia. Havia permanecido sem ser utilizado por toda a sua vida, já que o grande navio disfarçava qualquer utilidade real para ele. Na verdade, Wo poderia ter deixado o grande navio a qualquer momento que quisesse, mas por que fazê-lo quando o grande navio fazia tudo por ele... ou fez? Wo começava a perceber que, mesmo que não soubesse o que o amanhã pudesse trazer, estava livre para manobrar sua própria embarcação rumo à incerteza. Também percebeu que seu barco era muito bom, crescendo juntamente com ele à medida que aumentavam seus conhecimentos. Começou a se sentir poderoso e cheio de alegria pelas mudanças que havia passado. Começou a se sentir triste por aqueles que não deixaram o grande navio.
Como poderiam saber sobre os botes mágicos?
A tempo, Wo começou a examinar ao longe alguns dos outros botes parecidos com o seu. Olhou ao redor e percebeu que alguns deles também tinham cobertura. Muitos também tinham motores, e os remos estavam sendo jogados ao mar ou apenas abandonados. Isto tudo não foi muito tempo antes de perceber que estavam todos se encaminhando para um ponto central que poderia ser visto bem ao longe... uma ilha envolvida por uma névoa.
Um por um, os botes se encaminharam para a ilha envolvida pela névoa. Muitos se ancoraram no limiar do banco de fumaça, escolhendo não entrar. Através da névoa eles escutaram um grande alarido – muito barulho e coisas rangendo. Podia-se sentir a indecisão. Muitos não sabiam o que esperar ou o que estava além da espessa neblina, no invisível. No entanto, lentamente, todos eles perceberam que permanecer do lado de fora da névoa era negar a descoberta. Um por um, os pequenos e brancos botes mágicos, desapareceram na neblina em direção à ilha que sabiam estar no interior. Wo também decidiu se arriscar e penetrar no desconhecido, e mesmo invisível, confiou em si mesmo, em seu barco e navegou para dentro da névoa.
Por, mais ou menos, uma hora, Wo e os outros caminharam lentamente em direção ao barulho, incertos e apreensivos – sem saber se estavam se aproximando da perdição ou da salvação. O que seus olhos presenciaram era deslumbrante! De fato, havia uma ilha, mas uma na qual perceberam não se podia aportar. Quase ao mesmo tempo, eles pararam e guardaram distância – encarando o que tinham diante dos olhos.
Na ilha, estava em construção o mais gigantesco navio interdimensional que jamais haviam visto antes! Ele não estava formatado corretamente, já que a proa pontuda não estava na frente! Os motores também não estavam onde deveriam estar. Cada cabine onde se supunha que deveria residir um Ser Humano possuía uma sala de controle, e de alguma forma todos eles iriam dirigir o navio conjuntamente em consenso. Era uma nave interdimensional tomando forma diante de seus olhos. Era muito parecido com seu bote salva-vidas; no entanto, ele não podia ver nenhuma entidade ou entidades fazendo a construção. Aparentemente, o navio estava se formando por conta própria, e quanto mais botes rodeavam a ilha, mais rápido o navio estava sendo construído.
E então Wo, e os outros, com um dia de provisão e um dia de combustível, começaram a circular a ilha em cerimônia, dizendo para si mesmos: “Nós vamos aportar nesta ilha quando for o momento, e embarcar no navio quando estiver terminado – um miraculoso navio que é maravilhosamente construído como nenhum outro navio jamais foi. É um navio que funcionará nas águas da nova energia, e quando estiver pronto, saberemos e embarcaremos todos juntos. Então, juntos daremos um nome a este grande navio. Daremos a ele um nome que honre aqueles que navegam as águas do novo milênio.”
Agora, meus queridos, quantos de vocês estão neste barco? O velho navio se afundou, e a forma de vida que alguns de vocês conheciam, até mesmo confiavam espiritualmente, aparentemente se foi. Em algumas de suas situações, a partida do velho foi até mesmo purificada com fogo – e vocês sabem para quem estou falando, não sabem? Desejo que se lembrem de uma coisa. Vocês acham que estão sozinhos nesse barco? Não estão, assim como também não estão sozinhos naquele armário do qual tão freqüentemente falamos.
Desejamos que vocês circulem a ilha por um tempo e confiem que o novo navio está sendo construído. Queremos que saibam que o amor de Deus está irradiando seus belos raios de sol em sua vida. Não queremos que confiem em ninguém menos do que em vocês mesmos. Não queremos que se dirijam a nenhum outro Humano perguntando o que devem fazer. Queremos que vão para dentro de si mesmos, sintonizem-se na estação mais significativa para vocês, e embarquem na energia de um bote que os responde de várias maneiras. Deixem-nos segurar suas mãos, criar sincronicidades e providenciar a co-criação. Nós adoraríamos abraçá-los se vocês nos permitirem. Deixem-nos dar a vocês o sustento de provisões para um dia – sempre e sempre. Isto poderá mostrá-los uma definição diferente da abundância!
O que acontecerá com o novo navio? Quando irá flutuar por si mesmo? Esta entidade não sabe. Os botes cresceram usando seus próprios milagres, e quando for o momento apropriado, eles aportarão todos juntos e celebrarão. A consciência Humana mudará ainda mais, e o navio será batizado com o nome Humanidade II – A Nova Jerusalém! Este navio traz a promessa da paz na Terra, e uma humanidade sábia que navega sobre estas águas poderosas!
Este santuário onde lêem e escutam permanecerá um santuário por tanto tempo quanto expressarem intenção para isto. Criem uma solidão pacífica e pensem sobre o que foi dito neste dia. Quando terminar esta comunicação permaneçam em silêncio por mais alguns momentos antes de se levantarem. Este é de fato um momento precioso!
Não estamos em um vácuo. Nós sabemos sobre suas vidas e seus desafios. Se no dia de hoje vocês não tiverem sentido o Amor de Deus em suas vidas, talvez seja tempo de abrirem seus corações um pouco mais para a realidade dos seres espirituais interdimensionais que vocês são! Eles estão preenchidos com amor e presentes para o Humano que desejar se sintonizar com eles.
De fato, meus queridos, vocês são profundamente amados!
Kryon
Tradução para o português: Gustavo Amorim
Revisão: Inês Fernandes
O transatlântico era majestoso e Wo o adorava. Ele não precisava se preocupar ou fazer muita coisa com relação ao navio. O grande barco se orientava e se energizava por si mesmo, levando Wo e os outros Humanos para onde quisessem. Levou-o a muitos lugares. Wo realmente não precisava pensar muito sobre isto – ele apenas curtia. Também não parecia haver muito perigo enquanto Wo trabalhasse de determinada forma dentro da energia deste navio, permanecendo em seu próprio deck, bem relaxado nesta grande nave chamada Humanidade.
Este navio específico era particularmente diferente de navios regulares, pois era muito seguro. Tinha um bote salva-vidas para cada homem, mulher, e crianças que estivessem a bordo! Pense sobre isto – um para cada indivíduo! Se qualquer coisa acontecesse, os botes estavam lá – guardados e prontos.
Tudo estava bem. Toda a vida de Wo havia se passado neste navio, e ele tinha se acostumado a isto. Tudo estava bem... até a virada do milênio. Em janeiro de 2000, o navio chamado Humanidade, navegou para novas águas. Wo nunca tinha visto nada como aquilo antes, e o navio começou a ter problemas. O ferro com o qual a embarcação havia sido feita começou a ser corroído pela energia das águas do novo milênio nas quais havia entrado. O navio perdeu a integridade – inclinando-se bastante – balançando de um lado para outro. Estava afundando lentamente!
Muitos estavam com medo e não sabiam o que fazer. Com o passar do tempo ficou óbvio que o navio não sobreviveria. Wo nunca havia escutado nada sobre isto nas escrituras ou profecias que tinham previsto muitas coisas sobre o grande navio no passado. Ele não sabia o que esperar. Nenhum profeta jamais houvera dito nada sobre o afundamento do navio! Eles haviam falado que talvez precisasse de ajuda, ou até mesmo uma parada momentânea enquanto fosse reparado e modificado... mas este navio da velha energia estava afundando!
Todos os confortos que Wo havia conhecido e os paradigmas de como as coisas da vida funcionavam também iriam se afundar. Era inacreditável! Iria a humanidade perecer juntamente com a embarcação? De alguma forma, Wo sentiu que não.
Lentamente, cada Ser Humano foi encorajado a subir em seu bote salva-vidas. Alguns deles abandonaram o navio bem adiantados, dizendo que de alguma forma esperavam por isso. Lentamente, os botes se afastaram do navio que afundava, e que espetáculo foi aquele! Wo esperou até o último momento, pensando que talvez houvesse uma maneira de o grande navio voltar à vida. Ele não podia acreditar que estava realmente afundando.
Durante o processo, enquanto permanecia a bordo, Wo viu algumas coisas impressionantes. Ele viu pessoas gritando raivosas umas com as outras. Elas não queriam entrar nos botes! Elas afundariam juntamente com o navio só porque estavam com raiva. O afundamento não fazia nenhum sentido e elas estavam perdendo seu tempo se indignando com Deus ou qualquer um que tivesse conduzido a grande nave para águas turbulentas. Alguns deles estavam tão espezinhados pelo que estava acontecendo que disseram não poder existir nunca mais em qualquer outro tipo de navio e que nem mesmo tentariam. Afinal de contas, este era o único navio que jamais haviam conhecido, e não havia nenhum outro nas redondezas. Portanto (pensaram eles), se entrassem nos botes salva-vidas, morreriam de qualquer maneira.
Wo subiu em seu bote, baixou-o sobre as águas aparentemente perigosas, e se afastou do navio que afundava. Outros aproveitaram sua vez, juntamente com Wo, também entrando nos botes no último momento, baixando-os com as cordas de segurança para dentro da água. Horrorizado, Wo e muitos outros observaram os raivosos se afundarem juntamente com o transatlântico. O grande e confortável navio da humanidade se afundou sem fazer nenhum ruído, para dentro das águas profundas do vasto oceano que não mais poderia sustentá-lo e mantê-lo flutuando. Para muitos, aquele era o fim de tudo. Mas, para aqueles que se arriscaram a entrar nos botes, havia mais surpresas adiante.
Wo estava à deriva, por si mesmo, em seu pequeno barco. Ele, assim como os outros, tinha remos e provisões para apenas um dia. Wo olhou a seu redor e viu todos os outros pequenos barcos brancos ponteando as águas por todo o horizonte. Devia haver milhões! O metal do velho navio não havia resistido às águas da nova energia. Os botes nos quais Wo e os outros estavam agora eram feitos de madeira e seguros por enquanto – seguros por pelo menos um dia enquanto as provisões não acabassem. Wo pensou no que aconteceria quando acabassem. Os botes lentamente se separaram através do vasto oceano. Cada um dos novos passageiros dos botes poderia ir para aonde desejasse – cada Ser Humano decidindo por si mesmo qual direção poderia ser a melhor enquanto pegava seus remos e remava.
Algo ficou claro para Wo imediatamente. O bote não era o que esperava. Ele pensou que era uma coisa, mas estava se tornando outra! O bote era feito de madeira. Era pequeno, movido a remo, e tinha provisões no compartimento de água e comida para apenas um dia. Não havia proteção para tempestades; era vulnerável às condições climáticas, e ele sabia tão bem quanto os outros que eles poderiam ser feitos em pedaços se o tempo piorasse, enquanto que no grande navio da humanidade, se o tempo piorasse, todos poderiam simplesmente ir para dentro. Era muito diferente ter toda esta responsabilidade, e também um pouco amedrontador.
No segundo dia, Wo percebeu que algo estava diferente. Quando abriu o compartimento de provisões, o mesmo que havia aberto três vezes no dia anterior, ele estava, mais uma vez, repleto de comida! Wo se lembrou de ter comido tudo no dia anterior, no entanto, de alguma forma, a comida havia se restabelecido sozinha. “Provisões para um dia”, diziam as instruções? Sim, era isto o que diziam. Ele começou a perceber que o seu bote estava lhe fornecendo provisões para o “um dia” no qual estava!
Cada dia, quando abria o compartimento de provisões, havia sustento para um dia – nem mais, nem menos. Wo agradeceu ao barco, pois percebeu que de alguma forma era mágico, e celebrou cada manhã no barco enquanto comia e bebia. “Obrigado, Espírito,” disse Wo. “Parece que vou sobreviver um pouco mais.” Wo usou os remos para manobrar o bote. Ele remava e manobrava, remava e manobrava. Mesmo não sabendo aonde estava indo, tomou um rumo que de alguma forma parecia intuitivo. Quanto mais celebrava dentro do bote, mais o bote respondia a ele. Quanto mais o amava, melhor a performance!
Na segunda semana, por conta própria, algo espantoso aconteceu. Wo se virou para a popa do barco onde estava o leme e para sua surpresa viu algo que nunca estivera lá antes – um motor! Lá, na traseira do bote, estava um motor de popa. Próximo a ele estava um galão de combustível para um dia. Wo posicionou o motor onde sentiu que deveria estar, encaixou-o facilmente, tendo o kit de suprimentos próximo a ele, colocou o combustível e deu a partida. Com um ronco, o motor veio à vida, e arrepios percorreram a espinha de Wo de cima a baixo. Isto era mesmo mágico! Quem havia providenciado o motor e o combustível? Seria um Anjo? Deus? Talvez tivesse sido a interação de Wo com o bote? Ele não sabia. Mas abençoou o motor, o barco, o compartimento de comida e água e na hora seguinte, começou a aprender a utilizar o motor tanto para manobrar quanto para impulsionar o bote.
Depois de um dia de viagem, o motor engasgou e parou, e Wo olhou para o galão de combustível que havia esvaziado no dia anterior. Ele o levantou e de alguma maneira não estava surpreso por encontrar combustível para “um dia”! Ele abasteceu o motor, agradeceu e soltou uma gargalhada. “Deus abençoe este barco!” gritou Wo bem alto para quem quisesse ouvir. Ele estava preenchido de espanto e alegria.
Agora Wo podia manobrar o barco para uma direção que intuitivamente sabia ser a mais apropriada. Ele percebeu que alguns outros estavam seguindo o mesmo caminho. Mesmo estando sem comunicação direta, ele teve um sentimento de família com relação aos poucos outros botes que podia ver. Percebeu também que alguns deles também tinham motores! Por um momento, Wo imaginou quem estaria seguindo quem – e se todos eles não poderiam estar sendo enganados ... indo para lugar nenhum, ou se movendo em círculos, mas parecia que todos eles estavam se dirigindo para uma direção boa e intuitiva.
(Meus queridos, quando os indígenas desta Terra se reúnem para celebrar as quatro direções, vocês sabem que estão celebrando o magnetismo? É verdade! Como os antigos indígenas, Wo tinha alguma orientação interior mostrando a ele o caminho... navegando sem uma bússola.)
Dentro de mais uma semana, uma ventania se iniciou. Wo disse ao bote: “Era isto o que eu mais temia. Mostre-me o que fazer!” E pensou ter ouvido o barco dizendo: “Celebre o medo, Wo.” Então, Wo se ajoelhou, e ao invés de se ajoelhar pedindo ajuda, ele celebrou a tempestade. De repente, outra coisa impressionante aconteceu. Os olhos de Wo se arregalaram enquanto observava. De alguma forma, ele esperava que os poderes mágicos do bote parassem a tempestade. Ao contrário, uma cobertura surgiu do barco! À medida que a tempestade se intensificava, o bote selou-se e de tal maneira que enfrentou a tempestade sem nenhuma avaria, e Wo nem sequer ficou molhado!
Wo agora percebia que quanto mais celebrava o bote, melhores as coisas ficavam. Percebeu que de alguma forma ele era uma extensão do próprio barco. O barco tinha muitos atributos que começou a reconhecer. Quando estava deprimido ou com medo, o bote parecia estar fraco. Uma vez ele até pensou que houvesse alguns vazamentos. Mas, quando estava alegre, muitas coisas aconteciam – coisas miraculosas. Wo sentiu que até a cor do barco mudava de alguma forma!
Não é de se espantar que houvesse um bote salva-vidas para cada indivíduo Humano no grande barco. Agora Wo compreendeu. Cada bote estava, de alguma forma, preenchido com a energia do Humano a quem pertencia. Havia permanecido sem ser utilizado por toda a sua vida, já que o grande navio disfarçava qualquer utilidade real para ele. Na verdade, Wo poderia ter deixado o grande navio a qualquer momento que quisesse, mas por que fazê-lo quando o grande navio fazia tudo por ele... ou fez? Wo começava a perceber que, mesmo que não soubesse o que o amanhã pudesse trazer, estava livre para manobrar sua própria embarcação rumo à incerteza. Também percebeu que seu barco era muito bom, crescendo juntamente com ele à medida que aumentavam seus conhecimentos. Começou a se sentir poderoso e cheio de alegria pelas mudanças que havia passado. Começou a se sentir triste por aqueles que não deixaram o grande navio.
Como poderiam saber sobre os botes mágicos?
A tempo, Wo começou a examinar ao longe alguns dos outros botes parecidos com o seu. Olhou ao redor e percebeu que alguns deles também tinham cobertura. Muitos também tinham motores, e os remos estavam sendo jogados ao mar ou apenas abandonados. Isto tudo não foi muito tempo antes de perceber que estavam todos se encaminhando para um ponto central que poderia ser visto bem ao longe... uma ilha envolvida por uma névoa.
Um por um, os botes se encaminharam para a ilha envolvida pela névoa. Muitos se ancoraram no limiar do banco de fumaça, escolhendo não entrar. Através da névoa eles escutaram um grande alarido – muito barulho e coisas rangendo. Podia-se sentir a indecisão. Muitos não sabiam o que esperar ou o que estava além da espessa neblina, no invisível. No entanto, lentamente, todos eles perceberam que permanecer do lado de fora da névoa era negar a descoberta. Um por um, os pequenos e brancos botes mágicos, desapareceram na neblina em direção à ilha que sabiam estar no interior. Wo também decidiu se arriscar e penetrar no desconhecido, e mesmo invisível, confiou em si mesmo, em seu barco e navegou para dentro da névoa.
Por, mais ou menos, uma hora, Wo e os outros caminharam lentamente em direção ao barulho, incertos e apreensivos – sem saber se estavam se aproximando da perdição ou da salvação. O que seus olhos presenciaram era deslumbrante! De fato, havia uma ilha, mas uma na qual perceberam não se podia aportar. Quase ao mesmo tempo, eles pararam e guardaram distância – encarando o que tinham diante dos olhos.
Na ilha, estava em construção o mais gigantesco navio interdimensional que jamais haviam visto antes! Ele não estava formatado corretamente, já que a proa pontuda não estava na frente! Os motores também não estavam onde deveriam estar. Cada cabine onde se supunha que deveria residir um Ser Humano possuía uma sala de controle, e de alguma forma todos eles iriam dirigir o navio conjuntamente em consenso. Era uma nave interdimensional tomando forma diante de seus olhos. Era muito parecido com seu bote salva-vidas; no entanto, ele não podia ver nenhuma entidade ou entidades fazendo a construção. Aparentemente, o navio estava se formando por conta própria, e quanto mais botes rodeavam a ilha, mais rápido o navio estava sendo construído.
E então Wo, e os outros, com um dia de provisão e um dia de combustível, começaram a circular a ilha em cerimônia, dizendo para si mesmos: “Nós vamos aportar nesta ilha quando for o momento, e embarcar no navio quando estiver terminado – um miraculoso navio que é maravilhosamente construído como nenhum outro navio jamais foi. É um navio que funcionará nas águas da nova energia, e quando estiver pronto, saberemos e embarcaremos todos juntos. Então, juntos daremos um nome a este grande navio. Daremos a ele um nome que honre aqueles que navegam as águas do novo milênio.”
Agora, meus queridos, quantos de vocês estão neste barco? O velho navio se afundou, e a forma de vida que alguns de vocês conheciam, até mesmo confiavam espiritualmente, aparentemente se foi. Em algumas de suas situações, a partida do velho foi até mesmo purificada com fogo – e vocês sabem para quem estou falando, não sabem? Desejo que se lembrem de uma coisa. Vocês acham que estão sozinhos nesse barco? Não estão, assim como também não estão sozinhos naquele armário do qual tão freqüentemente falamos.
Desejamos que vocês circulem a ilha por um tempo e confiem que o novo navio está sendo construído. Queremos que saibam que o amor de Deus está irradiando seus belos raios de sol em sua vida. Não queremos que confiem em ninguém menos do que em vocês mesmos. Não queremos que se dirijam a nenhum outro Humano perguntando o que devem fazer. Queremos que vão para dentro de si mesmos, sintonizem-se na estação mais significativa para vocês, e embarquem na energia de um bote que os responde de várias maneiras. Deixem-nos segurar suas mãos, criar sincronicidades e providenciar a co-criação. Nós adoraríamos abraçá-los se vocês nos permitirem. Deixem-nos dar a vocês o sustento de provisões para um dia – sempre e sempre. Isto poderá mostrá-los uma definição diferente da abundância!
O que acontecerá com o novo navio? Quando irá flutuar por si mesmo? Esta entidade não sabe. Os botes cresceram usando seus próprios milagres, e quando for o momento apropriado, eles aportarão todos juntos e celebrarão. A consciência Humana mudará ainda mais, e o navio será batizado com o nome Humanidade II – A Nova Jerusalém! Este navio traz a promessa da paz na Terra, e uma humanidade sábia que navega sobre estas águas poderosas!
Este santuário onde lêem e escutam permanecerá um santuário por tanto tempo quanto expressarem intenção para isto. Criem uma solidão pacífica e pensem sobre o que foi dito neste dia. Quando terminar esta comunicação permaneçam em silêncio por mais alguns momentos antes de se levantarem. Este é de fato um momento precioso!
Não estamos em um vácuo. Nós sabemos sobre suas vidas e seus desafios. Se no dia de hoje vocês não tiverem sentido o Amor de Deus em suas vidas, talvez seja tempo de abrirem seus corações um pouco mais para a realidade dos seres espirituais interdimensionais que vocês são! Eles estão preenchidos com amor e presentes para o Humano que desejar se sintonizar com eles.
De fato, meus queridos, vocês são profundamente amados!
Kryon
Tradução para o português: Gustavo Amorim
Revisão: Inês Fernandes