Não precisa ser um “expert” no assunto para ter uma vaga ideia
sobre o quê aborda o tema.
Usar nossos martírios, desventuras para ascender, sabe-se lá aonde
e por onde já soa um tanto religioso. Mas lamento informar que não há outro
caminho a não ser esse.
Não me refiro à religião em si, mas incorporar o desenvolvimento
espiritual em nossas vidas para atingir essa finalidade.
Sendo assim, formar dentro dele capacitação para fazer com que
nossos infortúnios se tornem degraus para a nossa evolução.
Existem “ N” tipos de sofrimento humano. Temos desde doenças mundialmente famosas, por ceifar
vidas, quase como um genocídio, como relacionamentos onde o pico da desavença
culmina em mortes.
De um lado temos o que causa a dor, de outro o sofredor.
Tirando os relacionamentos como exemplo, tanto quem sofre como
quem causa-lhe sofrimentos dividem o mesmo fardo.
Aquela pessoa que encontra-se na posição de traída, desprezada,
abandonada, abusada, humilhada, que sofre todo tipo de violência tem por
excelência a condição humana de perdoar.
Perdoar quem te maltrata, quem te fez sofrer não significa ficar
com essa pessoa ou à mercê dela. Observe a sutil diferença. Afinal, o exercício
do perdão deve ser bom para você!
Aquela pessoa que causa dor, desilusão, angústia, desespero, ódio,
a quem ela deveria perdoar? A quem ela poderia recorrer e exercer seu lado
humano e retribuir com bondade e cristandade? Imagino que seja esse o motivo
mais difícil da regeneração do caráter humano. O indivíduo também sofre
quando compreende o mau que causou à outrem. Acompanhou até aqui?
Eles precisam também se perdoar. O remorso leva muitos à beira do
suicídio.
Temos que primeiramente nos perdoar por ter-nos permitido
que nos causassem tamanha dor. Esse é um ponto. Também não podemos nos prender
ao fato de que, por termos passado por infortúnios com A ou B, eles devam
sustentar nosso amor próprio, por ora ferido.
Temos que nos perdoar sim, pois somos co-autores dos nossos
sofrimentos. E ponto.
Ninguém pode justificar que permanece em uma relação por que “a
familia”, por que “meus filhos”, por que “meu trabalho” “por que eu não tenho
estudo suficiente”, “meu salário não dá para sustentar ”, “ah, o quê minha
familia vai dizer se...”. O protagonista/roteirista de sua história é você!
Ninguém é responsável pelos seus fracassos e sucesso a não ser
você!
Sobre perdoar a outra pessoa.
Todos nós estamos numa caminhada evolutiva. Em menor ou maior
grau. Não importa. Todos estamos na mesma “Roda”. Onde começa e acaba não é
relevante.
Toda a dor, seja qual ela for, vem acompanhada de uma vasta
enciclopédia.
Cada episódio de nossas vidas é um volume.
E cada vez que experienciamos um sofrimento é um capítulo.
Então, não seria justo se Deus não fizesse isso em sua vasta
Sabedoria. Concorda?
Esse é o sentido de evoluir através da dor e do sofrimento.
Se a vida de alguém não servir de lição depois de tanto desabores,
eu sinto muito.
Só resta lamentar, pois foi tudo em vão.
O que aprendi no decorrer da minha existência é que a dor deve
servir para nos conhecermos melhor como seres humanos e evoluírmos. Quando digo
isso, me sinto um pouco envergonhada, pois beirando meus 50 anos acredito
que ainda não vivi o bastante. Tenho
tanto à aprender!
Quando aprendi a perdoar retirei da outra(s) pessoa(s) toda a
responsabilidade da minha felicidade, dando-me o direito de aprender sobre a
vida, sobre as pessoas e sobre eu mesma e minha caminhada espiritual.
Então, hoje eu compreendo, sou capaz de entender a dor alheia, quem faz
sofrer e chega enfim no seu entendimento (assim como eu cheguei ao meu)
compreende o que não se deve fazer à alguém. Assim ambos evoluímos!
É lógico que 75% da humanidade não deve pensar assim (eu acho),
mas fazemos esforços diários com práticas religiosas (não mencionei religião),
esotéricas, leituras, muito estudo e novas descobertas que venham a estar
ligadas à um novo paradigma, à um novo modo de pensar e se posicionar
espiritualmente na humanidade.
Quando cada pessoa compreender que todos estão juntos aqui para
desenvolverem-se, para se espiritualizarem, sem estar contabilizando o que
“fulano faz ou deixou de fazer parar crescer”, olha, isso não tem valor nenhum,
e em nada acrescenta.
Tendemos a contabilizar as atitudes das pessoas, principalmente
aquelas as quais temos nossas diferenças, ransos, mágoas, concluindo que isso
nos trará algum bônus em nossa “jornada”. Claro que não! Só nos tira “pontos na
carteira”.
Em primeira instância limpar nossos corações dos velhos
ressentimentos é a receita para evoluírmos. Compreender as atribulações da vida
humana, não delegar nossa felicidade a outrem, não sermos co-autores dos nossos
sofrimentos e ter o entendimento de que somos os protagonistas de nossa
história.
“Velhos ressentimentos” a que me refero acima é justamente a
questão do perdão.
“Eu te perdoo”, ou seja “eu te absolvo de todo o mau que você me
fez”.
Quando digo que somos co-autores da nossa dor, não seria isso uma
contradição? Exato.
O certo deveria ser “ Eu compreendo toda a minha responsabilidade
pela minha vida e felicidade. Sendo assim não responsabilizo você por nada”.
Descobri que “você me completa”, “eu preciso de você”, “eu não sei
viver sem você”, “sem você não sou ninguém”, estão longe de serem
relacionamentos duradouros e confiáveis, pois quando dependemos de alguém,
precisamos de alguém, nos perdemos na vida sem essa pessoa para sermos felizes
não temos cacife para fazer ninguém feliz começando por nós mesmos.
Como não passar mais por esse tipo de sofrimento?
A resposta é: AUTO ESTIMA.
Em primeira linha devemos adquirir auto confiança, equilíbrio,
sermos completos por nós mesmo então aí sim, pensarmos em nos relacionarmos e sermos felizes.
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